Inserção da pessoa com deficiência auditiva no mercado de trabalho

Isadora Kist

Projeto de formação profissional

Orientadora professora Nêmora Francine Backes



2022


1. Introdução

Na linguística "as verdadeiras línguas de sinais são, de fato, completas em si mesmas: sua sintaxe, gramática e semântica são completas, possuindo, porém, um caráter diferente do de qualquer língua falada ou escrita" (SACKS, 2010, p.37). com relação aos indivíduos surdos e suas particularidades, e preciso pensar que "não é possível transliterar uma língua falada para a língua de sinais palavra por palavra ou frase por frase – suas estruturas essencialmente diferentes"(SACKS, 2010, p.37).

O fato de a lei solicitar que o surdo tenha da língua portuguesa escrita, induz a sociedade ouvinte a pensar que a nossa estrutura escrita é igual de uma pessoa ouvinte. Aliás, os indivíduos surdos entendem a sua língua visual, como uma ferramenta de comunicação e por meio de experiencias visuais, manifestação da sua cultura e da sua comunicação em Língua de Sinais, entendendo que os todos os indivíduos surdos têm diversidade surda.

Conforme a autora Karoline Kist (2020, p. 14):

que as línguas sinalizadas são as línguas maternas dos sujeitos surdos, devido a suas características e pela primazia visual que compensam eficazmente a falta de comunicação oral/auditiva, situação imposta pela falta de audição. A aquisição da Língua Portuguesa escrita acontece, para os surdos, tardiamente, pois não acompanha o estímulo auditivo. Por isso, é considerada uma segunda língua.


Falando na diversidade surda, pois cada indivíduo surdo tem diferença vivencia no seu processo de linguagem na inclusão educacional e social. Com isso, as empresas precisam entender a cada indivíduo surdo a inserir no mercado de trabalho.

2. TEMA

Inserção da pessoa com deficiência auditiva no mercado de trabalho

3. PROBLEMA

Como podemos inserir as pessoas com deficiência auditiva no mercado de trabalho?



4. JUSTIFICATIVA

No país, cerca de 5% da população é surda e, parte dela usa a língua de sinais como auxílio para comunicação. Esse número representa 10 milhões de pessoas, sendo que 2,7 milhões não ouvem nada. Segundo estudo feito em 2019, cerca de 7% dos surdos brasileiros têm ensino superior completo, 15% frequentaram a escola até o ensino médio, 46% até o fundamental, enquanto 32% não têm um grau de instrução. Atualmente, é perceptível uma melhoria da acessibilidade para a comunicação e a interação social dos surdos, entretanto a escassez de ferramentas auxiliares e acesso dificulta o processo de inclusão social no mercado de trabalho. Por essa razão deve ser promovido uma estrutura que abrange a inclusão dos surdos no ambiente de trabalho. Há tempos os surdos vêm lutando para conquistar seu espaço dentro da sociedade produtiva, com a finalidade de fortalecer sua autoestima e buscar recursos para se capacitarem para o trabalho. Observa-se na prática que a simples implementação da Lei do Surdo e da Pessoa com Deficiência, para serem inseridos no mercado de trabalho, nos âmbitos educacionais e profissionais, ainda não promoveu real efetivação na participação no mercado de trabalho. A pesquisa propõe uma análise das Leis especificas que legitimam o direito de pessoas com deficiência ao trabalho, como a Lei n° 8.112 de 11 de dezembro de 1990, que determina a reserva de 20% das vagas em concursos públicos, e a Lei n° 8.213/91 (Lei de Cotas) que obriga empresas com 100 (cem) ou mais funcionários a reservarem de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência. Mas, apesar da imposição da lei, por preconceito ou falta de informação muitas empresas não contratam o surdo, alegando que a maioria possui baixa escolaridade, falta de capacitação profissional e dificuldade de comunicação com ouvintes.



5. OBJETIVOS


5.1 Objetivo Geral

promover uma estrutura que abrange a inclusão dos surdos no ambiente de trabalho, para dessa forma incrementar efetivamente as pessoas com deficiência auditiva no mercado de trabalho.


5.2 Objetivos específicos

Implementar programas de capacitação e sensibilização para empresas sobre a inclusão e acomodação de pessoas com deficiência auditiva no ambiente de trabalho, a fim de ampliar as oportunidades de trabalho e o acesso a postos de trabalho adequados às suas habilidades e competências, Isso inclui treinamentos específicos para gestores e funcionários, adaptações de infraestrutura e tecnologia, e a promoção de práticas inclusivas dentro das organizações.




6. REFERENCIAL TEORICO

A inserção da pessoa com deficiência auditiva no mercado de trabalho é importante, pois ela promove a diversidade e a inclusão, garantindo igualdade de oportunidades, contribuindo também para o desenvolvimento pessoal e econômico. A diversidade e a igualdade de oportunidades vêm ganhando destaque, gerando a discussão sobre como garantir a participação efetiva de todos, independentes das suas capacidades. A inclusão da pessoa com deficiência auditiva torna-se um assunto vital, que exige a adoção de medidas concretas para superar as barreiras existentes.

A deficiência auditiva tem um aspecto variado de graus e tipos, variando desde perdas leves, até a surdez total. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 5% da população mundial, isso são 466 milhões de pessoas, vivem com algum grau de perda auditiva, deste total, 34 milhões são crianças.

Os sujeitos surdos estão tensionando a estrutura de um sistema linguístico maior da sociedade para padronizar a estrutura do "modelo científico através do qual a língua devém objeto de estudo não é s enão um modelo político através do qual a língua é por sua vez homogeneizada, centralizada, padronizada, língua de poder, maior ou dominante" (DELEUZE; GUATTARI, 2011, p.48). Enquanto os filósofos Deleuze e Guattari defendem a possibilidade de "um uso menor da língua, um uso de resistência e de revolução, que faça a língua falar de outra maneira. Fazer uma língua operar em modo menor, minorar o uso de uma língua estabelecida, é fazer um uso político da língua". Logo, levando a consideração os sujeitos surdos mostrando a sua habilidade e sua formação profissional para inserir nas empresas, tendo um único problema, a comunicação que a majoritária não conhece a sua língua de sinais, isso torna os nas barreiras.

Por isso, as empresas precisam oportunizar a Língua Brasileira de Sinais – Libras para facilidade de comunicação e as competências dos funcionários surdos para se sentirem incluídos e valorizados. Conforme Madalena Klein (2004, p.85):

Em todas as definições sobre inclusão e exclusão, aparece sempre a ideia de tratar-se de propriedade ou carência do indivíduo; de ele ser possuidor ou não de alguns dos atributos fundamentais considerados necessários para a escolarização, a sua profissionalização, a sua inserção no mercado de trabalho, etc. Os documentos oficiais traduzem muitas vezes as relações entre inclusão e exclusão em termos de irresponsabilidade e responsabilidade individual, e não como um processo cultural, social e relacional.
Nesta estrutura organizacional, precisamos analisar e entrevistar os candidatos surdo, mesmo com a participação de intérprete de Libras para poder comunicar de uma forma natural e conhecer suas competências como outros candidatos ouvintes.



7. Metodologia

A pesquisa a ser desenvolvida será do tipo exploratória e descritiva junto com as narrativas para verificar a inserção do sujeito surdo no mercado de trabalho.

Além disso, a pesquisa utilizará o formulário de questionários para os sujeitos surdos do mercado de trabalho que poderão contribuir para finalização deste processo. O questionário conterá questões abertas visando buscar o maior número de informações dos qualitativos junto aos surdos em inserção dos ambientes de trabalhos.